Importância dos exercícios de condicionamento físico em crianças com Paralisia cerebral

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Inicialmente, o que é a paralisia cerebral?

Paralisia Cerebral (PC), também conhecida como Encefalopatia Crônica, é um conjunto de problemas de movimento que ocorrem quando o cérebro em desenvolvimento é lesionado, geralmente antes ou durante os primeiros anos de vida.

O quadro clínico é determinado principalmente por alterações de tônus muscular e de postura, fraqueza muscular e baixa resistência à atividade física. Essas sequelas motoras influenciam de forma negativa na funcionalidade e mobilidade de crianças com essa condição, dificultando a realização de exercícios físicos aeróbicos e atividades do cotidiano, podendo levar ao sedentarismo, a alterações no sistema nervoso autônomo e no sistema musculoesquelético, que irá acarretar diversos problemas como sarcopenia (perda de massa muscular), baixo condicionamento físico e obesidade.

Por muito tempo, o exercício aeróbico não era bem-vindo nos programas de reabilitação de crianças com paralisia cerebral. Acreditava-se que essa atividade era responsável por aumento de tônus, elevado gasto energético, geração de padrões anormais do movimento, dentre outros. Porém, isso vem mudando de forma considerável.

Atualmente, observa-se que a associação de exercícios de condicionamento físico (cardiorrespiratórios ou aeróbicos), proporcionam maior recrutamento de unidades motoras; ganhos na capacidade funcional, com menor gasto energético nas atividades de vida diária (AVDs), e menor risco cardiovascular, com benefícios no controle da pressão arterial (PA) e da frequência cardíaca (FC).

Dito isso, o fato de crianças com PC manifestarem menor resistência aos esforços físicos e baixa resistência cardiorrespiratória, apresentam-se necessários os programas de reabilitação associados a exercícios de condicionamento físico que já se mostraram ser eficientes para o controle do aparecimento de doenças e até mesmo da mortalidade antecipada.

Referências:

Norma JF, Bossman S, Gardner P, Moen C. Comparison of the energy expenditure index and oxygen consumption index during self-paced walking in chidren with spastic diplegia cerebral palsy and children whithout physical disabilities. Pediatr Phys Ther. 2004;16(4):206-1110

chlough K, Nawoczenski D, Case LE, Nolan K, Wigglesworth JK. The effects of aerobic exercise on endurance, strength, function and self-perception in adolescents with spastic cerebral palsy: a report of three case studies. Pediatr Phys Ther. 2005;17(4):234-50